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As formigas são animais pertencentes à família Formicidae, o grupo mais numeroso dentre os insetos. São seres particularmente interessantes porque formam níveis avançados de sociedade, ou seja, a eusocialidade. Todas as formigas, algumas vespas e abelhas, são considerados como insetos eusociais, fazendo parte da ordem Hymenoptera. As formigas estão incluídas em uma única família, Formicidae, com 12.585 espécies descritas até 02 de setembro de 2010, distribuídas por todas as regiões do planeta, exceto nas regiões polares. As formigas são o gênero animal de maior sucesso na história terrestre, constituindo de 15% a 20% de toda a biomassa animal terrestre.

As formigas-rainhas podem gerar 300 mil novos insetos em apenas uma semana. Assim, estima-se que existam 1016 de formigas na Terra.

Por vezes, confundem-se as térmitas (cupins) com as formigas, mas pertencem a grupos distintos.

As formigas distinguem-se dos outros insetos – mas algumas destas características são comuns a alguns tipos de vespas ou abelhas.

Organização social das formigas

Embora nem todas as espécies de formigas construam formigueiros, muitas fazem autênticas obras de engenharia, normalmente subterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são tratadas as larvas, etc.

As sociedades das formigas são organizadas por divisão de tarefas, muitas vezes chamados castas. As tarefas podem ser distribuídas pelo tamanho e/ou pela idade do indivíduo.

A função da reprodução é realizada pela rainha e pelos machos. A reprodução é feita pelo vôo nupcial. A rainha vive dentro do formigueiro, é maior que as restantes formigas, perde as asas depois de fecundada e durante toda a sua vida põe ovos. Os machos aparecem apenas quando é necessário fecundar uma nova rainha, o que acontece durante um vôo em que participam milhares de fêmeas e machos alados; depois da fecundação, os machos não são autorizados a entrar no formigueiro e geralmente morrem rapidamente.

As restantes funções – procura de alimentos, construção e manutenção do formigueiro e sua defesa – são realizadas por fêmeas (que não possuem asas, para maior mobilidade no formigueiro) estéreis, as obreiras. Em certas espécies, as obreiras que realizam as diferentes funções estão também divididas em castas. Normalmente, as que se ocupam da defesa – ou para o ataque, uma vez que algumas espécies são predadoras de animais que podem ser maiores que elas – têm as peças bucais extremamente grandes e fortes.

Existem também outras duas funções: a de operário e a de soldado. As operárias tomam conta da cria (ovos, larvas e pupas), fazem a limpeza do formigueiro e coletam o alimento. Já as formigas soldados guardam a entrada do formigueiro sem descanso.

Desenvolvimento

As pequenas formigas desenvolvem-se por metamorfoses completas, passando por um estado larvar equivalente à lagarta dos outros insetos e pelo estado de pupa. A larva não tem pernas e é alimentada pelas obreiras por um processo chamado trofalaxia, no qual a obreira regurgita alimentos por ela ingeridos e digeridos. Os adultos também distribuem alimento entre si por este processo. As larvas e pupas precisam de temperatura constante para se desenvolver e, por isso, são transferidas para câmaras diferentes, de acordo com o seu estágio de desenvolvimento.

A diferenciação em castas é determinada pelo tipo de alimento que recebem nos diferentes estados larvares e as mudanças morfológicas que caracterizam cada casta aparecem abruptamente.

Comunicação

As formigas se comunicam geralmente por uma química chamada feromonas, esses sinais de mensagens são mais desenvolvidos na espécie das formigas que em outros grupos de himenópteros. Como as formigas passam a vida em contato com o solo, elas deixam uma trilha de feromônio que pode ser seguida por outras formigas. Quando uma obreira encontra comida ela deixa um rastro no caminho de volta para a colônia, e esse é seguido por outras formigas que reforçam o rastro quando elas voltam à colônia. Quando o alimento acaba, as trilhas não são remarcadas pelas formigas que voltam e o cheiro se dissipa. Esse comportamento ajuda as formigas a se adaptarem às mudanças em seu meio. Quando um caminho estabelecido para uma fonte de comida é bloqueado por um novo obstáculo, as obreiras o deixam para explorar novas rotas. Se bem sucedida, a formiga retorna e marca um novo rastro para a rota mais curta. A casa é sempre localizada por pontos de referência deixados na área e pela posição do sol; os olhos compostos das formigas têm células especializadas que detectam luz polarizada, usados para determinar direção. As formigas usam feromônio para outros propósitos também. Uma formiga esmagada emitirá um alarme de feromônio, o qual em alta concentração leva as formigas mais próximas a um furor de ataque; e, em baixa concentração, as atrai. Para confundir inimigos, várias espécies de formigas também usam feromônios que os fazem lutar entre eles mesmos.

Como outros insetos, as formigas sentem o cheiro com longas e finas antenas. As antenas têm como cotovelos ligados ao primeiro segmento alongado; e visto que vêm em pares como visão binocular ou equipamento de som estereofônico elas obtêm informações sobre direção e intensidade. Quando duas formigas se encontram, tocam as antenas e as feromonas que estiverem presentes fornecem informação sobre o estado de alimentação de cada uma, o que pode levar à trofalaxia, ou seja, uma delas regurgita a comida para a outra. A rainha produz uma feromona especial que indica às obreiras quando devem começar a criar novas rainhas.

As formigas geralmente atacam e defendem-se ferroando, por vezes injetando compostos químicos no animal atacado, em especial, o ácido fórmico.

 

Tipos de formigas

Há uma grande diversidade de formigas e dos seus comportamentos:

·         As formigas-correição, da América do Sul e da África, não constroem formigueiros permanentes e alternam entre uma vida nômade e a organização de abrigos temporários formados pelos corpos das obreiras. As sociedades reproduzem-se, quer por vôos nupciais, quer por divisão do grupo, em que um grupo de obreiras se separa e cava um ninho para criar novas rainhas. Os membros de cada grupo distinguem-se pelo olfato e normalmente atacam outros intrusos.

·         Algumas formigas atacam outros formigueiros, roubam as pupas e criam-nas como obreiras. Algumas espécies, como a formiga da Amazônia (por exemplo, Polyergus rufescens), tornaram-se totalmente dependentes destas obreiras, ao ponto de, sem eles, serem incapazes de se alimentar.

  • As “formigas-pote-de-mel” criam obreiras especiais, cuja única função é armazenar comida nos seus próprios corpos para o resto do grupo, ficando geralmente imóveis, com grandes abdómens cheios de comida. Em locais secos, mesmo desertos, em África, América do Norte e Austrália, estas formigas são consideradas um “petisco” delicioso.
  • As “formigas-tecelãs" (Oecophylla) constroem ninhos em árvores cosendo folhas, que juntam formando pontes de obreiras e depois as cosendo com seda que obtêm de larvas criadas para esse efeito.
  • As “formigas-cortadoras” dos gêneros Atta e Acromyrmex pertencem à tribo Attini, e vivem exclusivamente na América, do norte da Argentina até o sul dos Estados Unidos. Ao contrário do que se pensam as formigas não se alimentam ingerindo as folhas que cortam. Alimentam-se do fungo que elas cultivam dentro do formigueiro. Elas possuem várias castas, com funções específicas na manutenção da colônia (operárias, soldados, operárias do jardim). Umas cortam e/ou carregam folhas, flores e ramos, outras cuidam da limpeza e da defesa da colônia, e outras ainda do cultivo do fungo e do cuidado com os filhotes, chamados larvas. As formigas da casta das "jardineiras" cortam as folhas e, ao fazê-lo, aproveitam para se alimentarem da seiva. Estas folhas são carregadas para o interior do formigueiro, onde formigas de outra casta se encarregarão de triturá-las para o cultivo de um fungo de cor branca, base da sua alimentação. O fungo supre as necessidades alimentares de todas as formigas que vivem exclusivamente dentro do formigueiro, como as larvas, e da rainha. Esta, por sua vez, se encarrega de colocar os ovos durante toda a vida e, através de seus descendentes, perpetua a colônia.

 

Tempo e Vida

Desde a etapa em que são ovos, até se tornarem adultas, as formigas demoram entre 6 a 10 semanas. Em geral as operárias podem viver alguns meses, com algumas espécies podendo viver aproximadamente três anos. As rainhas vivem mais do que as operárias, sendo que a maior longevidade foi registrada na espécie Pogonomyrmex owyheei, que atingiu uma idade de 30 anos. As formigas aparentemente vivem mais quando são alimentadas com o mel de rainha.